VIII. Movimentação e Armazenagem
Introdução
O texto começa por fazer uma comparação dos custos de armazenagem com os custos logísticos de uma empresa, mostrando que a armazenagem tem um peso elevado nesses custos.
Dá a conhecer as maiores áreas cobertas de armazenagem no mundo, destacando a UPS e Wal Mart, no Brasil e o maior e mais avançado centro de distribuição multimodal de resinas plásticas do mundo.
Depois, são dadas informações sobre: armazéns insufláveis; diversos tipos de empilhadoras e suas possibilidades de utilização; o maior fabricante mundial de empilhadoras; os lideres do mercado das empilhadoras no Brasil; e sobre paletes, dando a conhecer a variedade de dimensões que estas têm em diversos locais do mundo.
O texto define exactidão na expedição e no inventário, dando a conhecer alguns dos melhores índices nestas áreas; o impacto que um mau endereçamento dos produtos tem nos custos do armazém; e os benefícios de utilização de Warehouse Management Systems (WMS) (Ferrão, 2006).
Unidade Mantida em Armazém (SKU)
«SKU» é o acrónimo de Stock Keeping Unit e pronuncia-se skew ou S K U, um código ou referência de cada variante dos artigos mantidos em armazém.
Um SKU é um identificador usado pelos armazenistas para permitir o seguimento sistemático dos produtos oferecidos aos clientes. Cada SKU identifica uma variante de um artigo, conforme a sua apresentação, tamanho, cor e outras características. Cada armazém pode ter o seu método de atribuir os códigos, como base em políticas regionais ou nacionais de armazenagem de dados da empresa. O seguimento de um SKU é diferente dos outros métodos de seguimento de produtos que são controlados por um vasto conjunto de regras estabelecidas pelos fabricantes ou, possivelmente, por entidades reguladoras.
Por exemplo: uma bola tem a referência 1234, é embalada em caixas com 20 bolas e a caixa é marcada com a mesma referência 1234. A caixa é então colocada no armazém. A caixa é a unidade mantida em armazém (SKU), porque é item armazenado. Não obstante as referências serem intermutáveis, designando quer uma bola ou uma caixa de bolas, a caixa de bolas é a unidade armazenada. Se existirem bolas de três cores diferentes, cada uma terá um SKU diferente. Quando o produto é expedido, podem sair 50 caixas de bolas azuis, 100 caixas de bolas vermelhas e 70 caixas de bolas amarelas. Esta expedição diz-se ter sido de 220 caixas, de três SKU's. Isto permite ao armazenistas determinar, por exemplo, se as bolas vermelhas se estão a vender mais que as bolas azuis.
O acrónimo SKU tornou-se mais visível com o advento do comércio electrónico, apresentando o SKU dos produtos nas páginas da Web. Na Figura 8.1 mostra-se um exemplo (Pereira, L., 2006b).

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Fonte: Santos Silva
Unidade de Carga
Uma unidade de carga (unit load) é um volume de produto acondicionado de modo a possibilitar a movimentação e armazenagem como uma única unidade, independentemente do número de itens individuais que o constituem.
São exemplos de unidades de carga (Glickman e Schemmel, 1997):
- Paletes
- Fardos
- Peças individuais
- Tabuleiros
- Barris e Bidões
- Caixas
- Contentores para Avião ou Navio
Existem diversos factores (Tabela 8.1) que podem afectar a facilidade de transporte ou manuseio de materiais como, por exemplo (Muther, 1978):
- Tamanho
- Densidade ou estado de agregação
- Forma do material
- Risco de danos no material, instalações e pessoas
- Condição do item
- Valor ou custo (Raramente usado)
B. Densidade | C. Forma | D. Risco | E. Condição |
--- | Muito plano e empilhável ou possível de guardar em conjuntos (folhas de papel ou metal) | --- | --- |
Muito leve (folha de metal) | Fácil de empilhar ou guardar em conjuntos (blocos de papel, pratos) | Não susceptível sofrer ou causar qualquer tipo de dano (ferro velho) | --- |
Leve (papel canelado) | Razoavelmente empilhável ou fácil de guardar em conjuntos (livros, chávenas) | Susceptível a pouquíssimos danos (blocos de aço) | --- |
Razoavelmente sólido (bloco de madeira) | Basicamente regular ou algo irregular (sacos de cereais) | Levemente susceptível a danos (bloco de madeira) | Limpo, firme e estável (bloco de madeira) |
Razoavelmente pesado e denso (macho de fundição) | Comprido, arredondado ou algo irregular (sacos de grão e barras curtas) | Susceptível a danos produzidos por esmagamento, fracturas ou arranhões (obras de arte) | Oleoso, fraco, instável ou de difícil manuseio (aparas de madeira ou metal oleosas) |
Pesado e denso (peça forjada) | Muito grande, esférico ou irregular (mesas) | Bastante susceptível a danos (ecrãs de televisão) | Coberto com lubrificante, quente, muito delicado ou escorregadio e de manuseio muito difícil |
Muito pesado e denso (moldes, lingotes de chumbo) | Extremamente grande, curvo ou altamente irregular (vigas de aço) | Muito susceptível a danos (peças de cristal) | (superfícies pontiagudas) |
--- | Extremamente grande e curvo ou extremamente irregular (tubos moldados, mobiliário) | Altamente susceptível a danos (ácido em garrafas, explosivos) | (aço fundido) |
(Pereira, L., 2006c).
Cross-Docking
A técnica de cross-docking pode ser definida como uma operação de preparação de encomendas que não envolve o armazenamento dos produtos. A Wal-Mart foi pioneira na aplicação e desenvolvimento deste método (Chopra e Meindl, 2004).
Os camiões, vindos directamente dos fornecedores, cada um deles trazendo um tipo diferente de produto, entregam-nos numa instalação apropriada. Os produtos de cada camião são divididos em lotes mais pequenos e carregados noutros camiões que os transportam para a loja a que se destinam. A carga deste camiões é constituída por diferentes tipos e quantidades dos diversos produtos (Figura 8.2).
Fonte: Cross-Docking Distribution Center
Armazenagem Aleatória vs. Dedicada
Para ilustar o efeito do método de armazenagem nas necessidades de espaço, suponha-se que seis produtos são recebidos num armazém. As existências de cada um dos produtos no final de cada período são as apresentadas na Tabela 8.2. O valor agregado das existências obtém-se somando as existências dos seis produtos.
Produtos | |||||||
Período | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | Agregado |
1 | 24 | 12 | 2 | 14 | 11 | 12 | 73 |
2 | 22 | 9 | 8 | 8 | 10 | 9 | 66 |
3 | 20 | 6 | 6 | 4 | 9 | 6 | 51 |
4 | 18 | 3 | 4 | 24 | 8 | 3 | 60 |
5 | 16 | 36 | 2 | 20 | 7 | 24 | 105 |
6 | 14 | 33 | 8 | 16 | 6 | 21 | 98 |
7 | 12 | 30 | 6 | 12 | 5 | 18 | 83 |
8 | 10 | 27 | 4 | 8 | 4 | 15 | 68 |
9 | 8 | 24 | 2 | 4 | 3 | 12 | 53 |
10 | 6 | 21 | 8 | 24 | 2 | 9 | 70 |
11 | 4 | 18 | 6 | 20 | 1 | 6 | 55 |
12 | 2 | 15 | 4 | 16 | 24 | 3 | 64 |
13 | 24 | 12 | 2 | 12 | 23 | 24 | 97 |
14 | 22 | 9 | 8 | 8 | 22 | 21 | 90 |
15 | 20 | 6 | 6 | 4 | 21 | 13 | 70 |
16 | 13 | 3 | 4 | 24 | 20 | 15 | 79 |
17 | 16 | 36 | 2 | 20 | 19 | 12 | 105 |
18 | 14 | 33 | 8 | 16 | 13 | 9 | 93 |
19 | 12 | 30 | 6 | 12 | 17 | 6 | 83 |
20 | 10 | 27 | 4 | 8 | 16 | 3 | 68 |
21 | 8 | 24 | 2 | 4 | 15 | 24 | 77 |
22 | 6 | 21 | 8 | 24 | 14 | 21 | 94 |
23 | 4 | 18 | 6 | 20 | 13 | 18 | 79 |
24 | 2 | 15 | 4 | 16 | 12 | 15 | 64 |
Soma dos níveis máximos de existências individuais Nível máximo do valor agregado das existências Nível médio do valor agregado das existências Nível mínimo do valor agregado das existências | = 140 = 105 = 77,5 = 51 | ||||||
Os níveis máximos das existências de cada um dos seis produtos são:
- Produto 1: 24
- Produto 2: 36
- Produto 3: 8
- Produto 4: 24
- Produto 5: 24
- Produto 6: 24
Dimensionamento de Armazém com Base nos Custos
Suponha-se que só se tem que armazenar um artigo. Defina-se um horizonte de planeamento T = 10 períodos de tempo. O custo fixo actualizado por unidade de capacidade de armazagem que se possui, durante o horizonte de planeamento, C0, é de 20 UM. O valor presente do custo de posse por unidade armazenada no espaço que se possui por período de tempo, C1, é de 1 UM e num espaço alugado, C2, é de 4 UM. As necessidades de espaço, ao longo do horizonte de planeamento, são: 4, 6, 8, 10, 9, 8, 7, 6, 5, e 4 para os períodos de tempo 1 a 10, respectivamente.
As procuras por período e por ordem decrescente, as respectivas frequências e soma cumulativa parcial das frequências estão representadas na Tabela 8.3. C' = C0 / (C2 - C1) = 20 / (4 - 1) = 6,7 e a soma cumulativa parcial das frequências excede 6,7 para uma procura de 6 unidades.
Procura ordenada | Frequência | Soma parcial |
---|---|---|
10 | 1 | 1 < 6,7 |
9 | 1 | 2 < 6,7 |
8 | 2 | 4 < 6,7 |
7 | 1 | 5 < 6,7 |
6 | 2 | 7 > 6,7 |
5 | 1 | 8 > 6,7 |
4 | 2 | 10 > 6,7 |
A capacidade óptima do armazém é, portanto, de 6 unidades. O custo total resultante é:
20 × 6 + 2 × 4 + 5 + 2 × 6 + (6 + 4) + 2 × (6 + 2 × 4) + (6 + 3 × 4) + (6 + 4 × 4) = 223 UM.
Se a capacidade for de 5 unidades o custo total é de 224 UM e se a capacidade for de 7 unidades o custo total é de 228 UM.
Suponha-se agora um horizonte de planeamento T = 50, com C0 = 100 UM, C1 = 4 UM e C2 = 8 UM. As necessidades de espaço são dadas na Tabela 8.4.
Períodos | Espaço necessário | Períodos | Espaço necessário |
---|---|---|---|
- paletes - | - paletes - | ||
1-5 | 100 | 26-30 | 120 |
6-10 | 120 | 31-35 | 115 |
11-15 | 125 | 36-40 | 110 |
16-20 | 130 | 41-45 | 105 |
21-25 | 125 | 46-50 | 100 |
Neste caso C' = 100 / (8 - 4) = 25. Na Tabela 8.5, a soma parcial é igual a 25 quando a procura é igual a 120. Dado que a soma parcial é igual a C', há múltiplas soluções óptimas, nomeadamente, 115 ≤ Q ≤ 120 (Francis, et al, 1992 e Pereira, L., 2006l).
Procura ordenada | Frequência | Soma parcial |
---|---|---|
130 | 5 | 5 < 25 |
125 | 10 | 15 < 25 |
120 | 10 | 25 = 25 |
115 | 5 | 30 > 25 |
110 | 5 | 35 > 25 |
Planeamento do Layout de Armazém
As distâncias podem ser minimizadas guardando os artigos em áreas de armazenagem em profundidade e posicionando os materiais de forma a minimizar a distância total percorrida. Conforme é ilustrado na Figura 8.3, armazenando os artigos em áreas de armazenagem em profundidade, a distância percorrida será menor do que se os materiais forem armazenados em áreas sem profundidade.

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A centralização das operações de recepção e expedição, também tem influência nos custos de operação do armazém, como se pode observar na Figura 8.4 (Tompkins e White, 1984 e Pereira, L., 2006h).

Figura 8.4. Impacte da centralização da recepção/expedição
conjugada com a armazenagem dedicada por classes
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Afectação de Produtos a Locais de Armazenagem Dedicada
A configuração óptima dos produtos em armazenagem dedicada envolve a afectação dos produtos aos locais de armazenagem. As distâncias rectilineares são consideradas apropriadas e é usada a seguinte notação:
q | = | número de locais de armazenagem |
n | = | número de produtos |
m | = | número de locais de entrada/saída (cais e/ou portas) |
Sj | = | número de locais de armazenagem necessários para o produto j |
Tj | = | número de entradas e saídas do armazém do produto j, isto é, as movimentações do produto j |
pi | = | percentagem das entradas/saídas do armazém pelo ponto de entrada/saída i |
dik | = | distância (ou tempo) que é necessário percorrer do ponto i ao local de armazenagem k |
xjk | = | 1 se o produto j é afectado ao local de armazenagem k; caso contrário, 0 |
f(x) | = | distância (ou tempo) média percorrida |
O problema do layout do armazém pode ser formulado da seguinte forma:




Para minimizar a distância média total percorrida, procede-se do seguinte modo:
- Numerar os produtos de acordo com o valor de Tj / Sj, de forma que
- Calcular os valores de fk para todos os locais de armazenagem.
- Afectar o produto 1 aos S1 locais de armazenagem que têm os menores valores de fk; afectar o produto 2 aos S2 locais de armazenagem que têm os menores valores de fk seguintes e assim sucessivamente (Pereira, L., 2006f).
Layout Óptimo com Armazenagem Dedicada
Considere-se um armazém cuja planta é ilustrada na Figura 8.5.

Os locais para armazenagem têm dimensões de 20 × 20 pés. As portas P1 e P2 são para camiões e as portas P3 e P4 são para vagões de caminho de ferro. É usada armazenagem dedicada. Sessenta por cento de todas as movimentações do armazém são feitas pelas portas P1 e P2, tendo cada porta a mesma probabilidade de ser usada. Quarenta por cento de todas as movimentações do armazém são divididas igualmente pelas portas P3 e P4.
Neste armazém vão ser armazenados três produtos, A, B e C, com um único tipo de produto armazenado no mesmo local. O produto A necessita de 3 600 pés2 de espaço de armazenagem e é movimentado à taxa de 750 unidades de carga por mês; o produto B necessita de 6 400 pés2 de espaço de armazenagem e é movimentado à taxa de 900 unidades de carga por mês; o produto C necessita de 4 000 pés2 e é movimentado à taxa de 800 unidades de carga por mês.
A distância apropriada é a rectilinear, medida entre as portas e os centróides dos locais de armazenagem. Os valores de fk (distância média do local de armazenagem k às portas) estão apresentados na Figura 8.6. Para exemplificar o cálculo de um fk, suponha-se que k = 29. Medindo as distâncias rectilineares do centróide do local de armazenagem 29 a cada uma das quatro portas tem-se d1, 29 = 120, d2, 29 = 100, d3, 29 = 100 e d4, 29 = 80. Então,

O número de locais de armazenagem necessário para cada produto é SA = 3 600 / 400 = 9, SB = 16 e SC = 10. Os valores de Tj são TA = 750, TB = 900, TC = 800. Portanto, os valores de Tj / Sj são TA / SA = 83 1/3, TB / SB = 56,25 e TC / SC = 80. Então os produtos são numerados 1(A), 2(C) e 3(B).
O produto 1(A) necessita de 9 locais de armazenagem; então, os locais de armazenagem afectados ao produto A são [17, 18, 19, 9, 25, 20, 10, 26, 21]. O produto 2(C) necessita de 10 locais de armazenagem; então, [11, 27, 22, 12, 28, 23, 13, 29, 24, 1] são afectados ao produto C. O produto 3(B) necessita de 16 locais de armazenagem; então, o produto B é afectado aos locais de armazenagem [14, 30, 33, 2, 15, 31, 34, 3, 16, 32, 35, 4, 36, 5, 37, 6]. Os locais 7, 8, 38, 39 e 40 ficam disponíveis para armazenar equipamento, sanitários, escritórios e outros.
Um layout que minimiza a distância média percorrida por unidade de tempo é mostrado na Figura 8.7. É importante salientar que o layout apresentado não é o único que minimiza a distância média percorrida por unidade de tempo, nem necessariamente o layout final. Nada mais foi considerado, para além da distância média percorrida; a utilização desta abordagem da armazenagem dedicada deve ser examinada em cada aplicação em particular. No entanto, o layout serve de base para a avaliação de outras configurações (Pereira, L., 2006g).

Configuração Contínua de Armazém
Em várias situações práticas o projecto de layout é para mum armazém já existente. Para ilustrar a abordagem seguida, considere-se um armazém com as dimensões 200 ft × 150 ft com uma única porta localizada como se mostra na Figura 8.8.

É utilizada armazenagem aleatória e o espaço necessário é de 18 000 ou 27 500 ft2. Supõe-se que a probabilidade da movimentação de um artigo entre a porta e qualquer ponto no espaço de armazenagem é a mesma e supõe-se que as deslocações são rectilineares.
Construindo curvas de nível dentro do armazém existente resulta em três famílias diferentes de formas geométricas, cono se mostra na Figura 8.9.

A linha de isocusto de menor valor tem forma triangular e é aplicável a áreas que não excedam 10 000 ft2; o conjunto seguinte de linhas de isocusto aplica-de a áreas entre 10 000 ft2 e 20 000 ft2; e o último conjunto de linhas de isocusto aplica-se a áreas de armazenagem entre 20 000 ft2 e 30 000 ft2.
A área de armazenagem (A) delimitada por uma linha de isocusto pode ser expressa como uma função do valor da linha de isocusto (k) da seguinte forma:

No primeiro caso, a curva de nível tem forma triangular com uma base igual a 2 × k e uma altura de k; a área é k2 com valores de k a variarem de 0 a 100 ft enquanto a área interior varia de 0 a 10 000 ft2.
No segundo caso, começando no ponto onde a linha de isocusto intersecta a parede superior da instalação, a distância da linha de isocusto ao ponto de entrada / saída é a soma de 100 ft percorridos paralelamente ao eixo dos y's e (k - 100) ft percorridos paralelamente ao eixo dos x's. A linha de isocusto varia entre 100 e 150 ft à medida que a ára de armazenagem varia de 10 000 a 20 000 ft2. A forma geométrica da linha de isocusto pode ser representada como a união de um rectângulo de dimensões 200 ft × (k - 100) ft e um triângulo de 200 ft de base e 100 ft de altura. Assim, a área limitada pela linha de isocusto é 200 k - 10 000.
No terceiro caso, a área limitada pela linha de isocusto pode ser obtida simplesmente subtraindo a área exterior à linha de isocusto, da área total do edifício. Cada canto do edifício fora da linha de isocusto tem uma forma triangular de dimensões (250 - k) × (250 - k). Então, a área limitada pela linha de isocusto é igual à área do edifício, 30 000, menos a soma das áreas dos dois cantos, (250 - k)2. As linhas de isocusto variam entre valores de 150 a 250 ft enquanto a área de armazenagem varia de 20 000 a 30 000 ft2.
Fazendo A igual a 18 000 e resolvendo em ordem a k dá um valor de 140 ft (usando a equação A = 200 k - 10 000) e o resultado pode ser observado na Figura 8.10.

Fazendo A igual a 27 500 e resolvendo em ordem a k dá um valor de 200 ft [usando a equação A = 30 000 - (250 - k2)] e resulta na configuração que pode ser observada na Figura 8.11 (Francis, et al, 1992 e Pereira, L., 2006m).

Regiões de Armazenagem Dedicada para Dois Produtos
Considerem-se dois produtos, 1 e 2. As necessidades de espaço são, respectivamente, S1 = 2 500 ft2 e S2 = 2 400 ft2. As movimentações são, respectivamente, T1 = 100 e T2 = 50 por dia. T1 / S1 = 0,04 e T2 / S2 = 0,021. Como (T1 / S1) > (T2 / S2) o produto 1 é colocado no layout primeiro. Para delimitar a zona ocupada pelo produto 1 é necessário construir uma linha de isocusto que delimite a área de 2 500 ft2. Existe uma única porta, localizada ao longo do eixo y's e a região de armazenagem deve ocupar apenas o primeiro e quarto quadrantes. Então uma região de armazenagem triangular com 100 ft de base e 50 ft de profundidade ou altura é afectada ao produto 1. A união das duas áreas de armazenagem é também limitada por uma linha de isocusto triangular. Como as duas áreas combinadas somam 4 900 ft2, esta área deve ser limitada por uma linha de isocusto triangular com 140 ft de base e 70 ft de altura, como se mostra na Figura 8.12 (Pereira, L., 2006n).

No caso de locais de armazenagem discretos, a distância média percorrida, dentro da zona de armazenagem, pode ser determinada somando as distâncias médias de cada produto. Esta distância pode ser determinada somando as distâncias percorridas de e para todos os locais de armazenagem afectados a um produto, dividindo a soma pelo número de locais afectados ao produto e multiplicando o resultado pelo número médio de movimentações efectuadas por período de tempo, pelo produto. De forma semelhante, no caso de armazenagem contínua, a distância média, para uma região de armazenagem dedicada a um produto, pode ser obtida integrando a região de armazenagem e multiplicando o resultádo pela razão entre o número de movimentações e o espaço afectado ao produto.
Em alternativa à integração sobre toda a região, é possível integrar ao longo das linhas de isocusto que definem a região. Para fazer isso, é necessário desenvolver uma relação funcional entre o valor de uma linha de isocusto e a área que envolve. Para facilitar a descrição da abordagem da «integração pela linha de isocusto», considere-se a Figura 8.13, envolvendo a utilização de armazenagem aleatória.

A região de armazenagem é servida por um única porta, localizada na origem; a região de armazenagem está contida no primeiro e quarto quadrantes; supõe-se que as movimentações são rectilineares.
Como se mostra na Figura 8.13, a linha de isocusto resultante é um triângulo. Escolhendo uma linha de isocusto arbitrária qualquer de valor k, a área envolvida (A) é igual a k2. Portanto,
A = k2 = q (k)
q (k) é a relação funcional entre A e k; especificamente, é a área de um conjunto de nívelde valor k. Mais ainda, invertendo a equação anterior,
k = A½ = r (A)
r (A) é a função inversa que relaciona k com A e determina-se resolvendo q (k) em ordem a k. A função inversa de r (t) pode ser calculada a partir de A = q (r (t)). Por exemplo, q (k) = k2 resulta em A = r (A)2 ou r (A) = A½.
Geralmente, à medida que uma linha de isocusto varia do valor mínimo ao máximo, a área envolvida varia do valor mínimo ao valor A. Neste caso, o valor mínimo da linha de isocusto pode ser obtido a partir da equação anterior, fazendo A igual a zero; o valor máximo pode ser obtido igualando a mesma equação à área de armazenagem a envolver.
No exemplo da Figura 8.13 a área limitada é de 152 000 ft2. Aplicando a equação k = A½ = r (A), o valor mínimo da linha de isocusto é zero e o valor máximo é 389,8717 ft. Para calcular a distância média percorrida, pode-se usar a seguinte expressão com um integral simples:

Para explicar a equação anterior, note-se que a função distrubição para a distância percorrida é dada por q (k) / A; portanto a função densidade é dada por q' (k) / A para r (0) ≤ k ≤ r (A). Portanto a distância média percorrida é como indicado acima.
Para ilustrar o uso da equação anterior no cálculo da distância média percorrida, considere o exemplo da Figura 8.13. Aplicando a equação anterioir temos:

Considere-se o exemplo anterior com dois produtos, 1 e 2. As necessidades de espaço são, respectivamente, S1 = 2 500 ft2 e S2 = 2 400 ft2. As movimentações são, respectivamente, T1 = 100 e T2 = 50 por dia. As áreas de armazenagem dos dois produtos num espaço com uma única porta são ilustradas na Figura 8.14.

Por extensão dos resultados para um único produto, a distância média percorrida é dada por

Os limites do segundo integral resultam da linha de isocusto que limita a região do produto 2 tomar os valores expressos em termos da área total de armazenagem envolvida. Desta forma, as linhas de contorno para o produto 2 variam em valor desde o máximo para o produto 1 até um valor que coincide com a envolvente das áreas conjuntas dos dois produtos. Assim sendo,

Suponha-se que a região de armazenagem se localiza no primeiro e quarto quadrantes, duas portas (P1 e P2) se localizam ao longo do eixo dos y's separadas pela distância c, a movimentação rectilinear de/para o armazém tem igual probabilidade de ocorrência para cada porta e é necessária uma área de armazenagem A.
Na Figura 8.15, r é a distância rectilinear desde a intersecção da linha de isocusto com o eixo dos y's à porta mais próxima. A linha de isocusto envolve uma área de
A = r (c + r)
A linha de contorno é um trapézio cuja área é dada por
A = h × (a + b) / 2
onde a é o comprimento da base menor, b o comprimento da base maior e h a altura do trapézio. Assim, a área limitada pela linha de isocusto da Figura 8.15 pode ser expressa como
r × (c + 2 × r + c) / 2 = r (c + r)
Resolvendo em ordem a r tem-se
0,5 [(4 A + c2)½ - c]
Se um peso de 0,5 for associado a cada porta, a relação entre r e k, o valor da linha de isocusto, é dada por
k = 0,5 r + 0,5 (r + c )
ou
r = k - 0,5 c

Substituindo r, na primeira equação, pelo valor de r dado pela última equação, obtém-se
A = (k - 0,5 c) × (k + 0,5 c)
ou
A = k2 - 0,25 c2 = q (k)
Para além disso, resolvendo para k como uma função de A,
k = (A + 0,25 c2)½ = r (A)
e
r (0) = 0,5 c
A distância média percorrida é dada por

Suponha-se que a área de armazenagem delimitada pela linha de isocusto tem 10 000 ft2, que as portas estão separadas por uma distância de 20 ft e são feitas 100 operações de entrada / saída por hora. Para c = 20 ft, T = 100 por hora e A = 10 000 ft2, E [R] = 6 760,25 ft/hora (Pereira, L., 2006q).
Considere-se o exemplo anterior, mas com várias classes de produtos. Então para o produto j:
q (kj) = kj2 - 0,25 c2
r (Bj) = (Bj + 0,25 c2)½
onde Bj = A1 + ... + Aj. Para o caso de três classes de produtos, a distância média percorrida é dada por

Suponha-se são feitas 100 movimentações por hora e que o espaço total necessário são 10 000 ft2. Os produtos da Classe I representam 75% das movimentações e 15% das necessidades de espaço; os produtos da Classe II representam 20% das movimentações e 35% do espaço de armazenagem; e os produtos da classe II representam 5% das movimentações e 50% do espaço. Fazendo T1 = 75, A1 = 1 500, T2 = 20, A2 = 3 500, T3 = 5 e A3 = 5 000, as razões entre as movimentações e os espaços para as três classes de produtos são 0,05, 0,0057 e 0,001. Com c = 20 ft, a distância média percorrida para as três classes é de 3 677,49 ft/hora.
Para estabelecer um limite superior para o espaço necessário em armazenagem aleatória resultar na mesma distância média percorrida em armazenagem dedicada das três classes de produtos, faz-se a distância média percorrida por uma classe de produtos de área desconhecida igual à distância média percorrida pelas três classes de produtos. Então, da última equação da entrada anterior, com c = 20 ft, T = 100 por hora e E [R] = 3 677,49 ft/hr,
100 [(4 Ars + 202)½ - 203] / (12 Ars) = 3 677,49
Resolvendo em ordem a Ars por métodos numéricos resulta um valor aproximado de 2 771,86 ft2. Portanto, com base nos resultados obtidos, para um armazém com duas portas do mesmo lado e três classes de produtos com as razões entre as movimentações e o espaço dadas, em comparação com os 10 000 ft2 para a armazenagem dedicada, o espaço necessário para a armazenagem aleatória não pode exceder 27,72% da área do sistema de armazenagem dedicada para se obter o mesmo valor para a distância média percorrida (Pereira, L., 2006r).
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