GrahamsBloggerNovelTemplate

XII. Filas de Espera (Continuação)


Filas de Espera (M/G/1): Características


Nos processos de chegada e atendimento, nem sempre se verificam distribuições Exponenciais Negativas. No caso do atendimento, se as necessidades de serviço dos clientes são muito semelhantes a distribuição dos tempos de atendimento desvia-se muito da forma Exponencial.

O modelo M/G/1 não impõe quaisquer restrições à distribuição dos tempos de serviço. Basta determinar a média, 1 / μ, e a variância, σ2, dessa distribuição.

(carregar com o cursor na figura para ver em tamanho grande)

onde:

Fonte de Entrada – modela o processo de chegada dos clientes (M/G/1 = Poisson);
Fila – modela o lugar onde os clientes aguardam pelo serviço;
Disciplina da Fila – critério para escolher a ordem pela qual os clientes na fila são atendidos (M/G/1 = o primeiro a chegar é o primeiro a ser atendido, FIFO);
Mecanismo de Atendimento – ou Serviço, modela o sistema de atendimento dos clientes (M/G/1 = um servidor).

No estado estacionário, um sistema M/G/1 pode ser analisado utilizando as relações matemáticas que se seguem.


Características do Modelo M/G/1

Chegadas com distribuição de Poisson;
Taxa = λ clientes / u. tempo; População = ∞; Fila máxima = ∞.

Tempo de atendimento qualquer variável aleatória;
Média = 1 / μ; Variância = σ2; Servidores = 1.

Condição de equilíbrio λ / μ = ρ < 1
Taxa de ocupação = ρ; Taxa de desocupação = 1 - ρ


L = Lq + (λ / μ) = Lq + ρ

Lq = (λ2 σ2 + ρ2) / 2 (1 - ρ)

W = L / λ = Wq + (1 / μ)

Wq = Lq / λ


P0 = 1 - ρ (taxa de desocupação)

Pn = ρn P0

P (n > k) = ρk + 1

(Franco, 2006g)


Num hipermercado, a certas horas do dia, os clientes dirigem-se a uma caixa registadora, para pagar as compras, com uma distribuição de Poisson, a uma taxa média de um de dois em dois minutos. A empregada da caixa atende os clientes por ordem de chegada (FIFO). Dado o tempo gasto a fazer as compras, os clientes estão dispostos a esperar para serem atendidos, se for necessário. O tempo de atendimento de cada cliente é, em média, 1,5 minutos, com uma variância de (9 / 4)2.

1) Trata-se, portanto, de um sistema M/G/1, com taxa de chegadas λ = 0,5 clientes / minuto e tempo médio de serviço (1 / μ) = 1,5 minutos, com uma variância σ2= (9 / 4)2.

2) Verificação da condição de equilíbrio: ρ = λ / μ = 0,5 × 1,5 = 0,75 < 1.
A empregada tem, portanto, capacidade para atender os clientes que se dirigem à caixa para pagar as compras. O sistema poderá atingir o estado estacionário, se as condições dadas se mantiverem por tempo suficiente. A fila de espera não cresce indefinidamente, mas varia de tamanho ao longo do tempo.


Medidas de Desempenho

1) Taxa de ocupação (ρ) =
Taxa média de ocupação do sistema =
Taxa média de ocupação do servidor =
Factor de ocupação do sistema =
Intensidade do tráfego =
Probabilidade de existir algum cliente no sistema (P {n > 0}) =
Probabilidade de ter que esperar na fila (Pw) =
Probabilidade do servidor estar ocupado (Pb) =
ρ = λ / μ = 0,75

2) Taxa de desocupação (P0) =
Probabilidade de não existir nenhum cliente no sistema =
Probabilidade de não ter que esperar na fila =
Probabilidade do servidor estar desocupado =
P0 =1 - ρ = 0,25

3) Número médio de clientes no sistema (L) =
L = {(λ2 σ2 + ρ2) / [2 (1 - ρ)]} + ρ = 4,4 clientes

4) Número médio de clientes na fila (Lq) =
Tamanho médio da fila =
Lq = (λ2 σ2 + ρ2) / [2 (1 - ρ)] = 3,7 clientes

5) Tempo médio no sistema (W) =
Duração média do período de ocupação do servidor =
W = L / λ = 8,8 minutos

6) Tempo médio na fila (Wq) =
Tempo médio de espera na fila =
Wq = Lq / λ = 7,3 minutos

7) Número médio de clientes na fila, quando o sistema está ocupado (Lb) =
Lb = Lq / Pw = 4,875 clientes

8) Número médio de clientes na fila, quando há pelo menos um (Lq | q > 0) =
Número médio de clientes servidos por período de ocupação do servidor =
Lq | q > 0 = μ W = 5,875 clientes

9) Número médio de clientes a serem servidos (LS) =
Número médio de servidores ocupados (Sb) =
LS = L - Lq = ρ = 0,75 clientes
Sb = ρ = Pb = 0,75 servidores

10) Tempo médio na fila, quando o sistema está ocupado (Wb) =
Tempo médio na fila, quando se tem de esperar =
Wb = Wq / Pw = 7,3125 / 0,75 = 9,75 minutos

11) Probabilidade de haver 0, 1, 2, …, n clientes no sistema (Pn)

12) Probabilidade de não haver mais de n (n ou menos) clientes no sistema (P {Nn})

13) Probabilidade de haver mais de n clientes no sistema (P {N > n}) =
1 - Probabilidade de não haver mais de n (n ou menos) clientes no sistema = 1 - (P {Nn})
Probabilidade de haver pelo menos n + 1 (n + 1 ou mais) clientes no sistema (P {Nn + 1}) =
ρn + 1

14) Probabilidade de haver pelo menos n (n ou mais) clientes no sistema (P {Nn}) =
ρn, para n = 0, 1, 2, …


nPnP {Nn}P {Nn}qPqP {Qq}P {Qq}
(11)(12)(14)(16)(17)(18)

00,250,251,00
10,190,440,7500,190,440,75
20,140,580,5610,140,580,56
30,110,680,4220,110,680,42
40,080,760,3230,080,760,32
50,060,820,2440,060,820,24
60,040,870,1850,040,870,18
70,030,900,1360,030,900,13
80,030,920,1070,030,920,10
90,020,940,0880,020,940,08
100,010,960,0690,010,960,06
110,010,970,04100,010,970,04
120,010,980,03110,010,980,03
130,010,980,02120,010,980,02
140,000,990,02130,000,990,02
150,000,990,01140,000,990,01


15) Probabilidade de haver um cliente a ser servido e nenhum na fila =
P1 = 0,19

16) Probabilidade de haver um cliente a ser servido e q na fila =
Probabilidade de haver 0, 1, 2, …, q clientes na fila (P {Q = q}) =
P1, para q = 0
Pq + 1, para q = 1, 2, …

17) Probabilidade de não haver mais de q (q ou menos) clientes na fila (P {Qq}) =
Confiar que há espaço para q clientes esperarem, uma percentagem (probabilidade × 100) do tempo =
P {Nq + 1}

Se quisermos estar confiantes de que há espaço no hipermercado para os clientes de uma caixa, pelo menos 95% do tempo, devemos ser capazes de acolher 10 clientes, incluindo o que está a ser servido, ou seja, haver espaço para uma fila de 9 clientes com os carros das compras.

18) Probabilidade de haver pelo menos q (q ou mais) clientes na fila (P {Qq}) =
P {Nq + 1} = ρq + 1

(Franco, 2006j)


Variabilidade do Serviço

A variabilidade do serviço tem um efeito importante nas medidas de desempenho do sistema, para além da velocidade média do servidor. Compare-se o desempenho de três sistemas com variâncias do tempo de serviço crescentes.


Medidas deσ2 = 0σ2 = 2,25σ2 = (2,25)2
desempenho(M/D/1)(M/M/1) 

ρ0,750,750,75
P00,250,250,25
L (clientes)1,87534,4
Lq (clientes)1,1252,253,66
W (minutos)3,7568,8
Wq (minutos)2,254,57,3
Lb (clientes)1,534,875
Wb (minutos)369,75


O número médio de clientes no sistema (L), na fila (Lq), na fila, quando o sistema está ocupado (Lb), o tempo no sistema (W), na fila (Wq) e na fila, quando o sistema está ocupado (Wb), aumentam (linearmente) com a variância, e só dependem da taxa de chegadas, intensidade de tráfego e variância do serviço.

A variabilidade do servidor tem um efeito importante nas medidas de desempenho do sistema, para além da velocidade média do servidor.

Considerando a variância nula (M/D/1), o tamanho médio da fila (Lq), número médio de clientes na fila, quando o sistema está ocupado (Lb), o tempo médio na fila (Wq) e na fila, quando o sistema está ocupado (Wb), são exactamente metade dos valores para M/M/1.

Diminuir a variância pode, portanto, melhorar significativamente as medidas de desempenho do sistema (Franco, 2006k).


Referências

BRONSON, R.; NAADIMUTHU, G. – Investigação Operacional. 2.ª ed., Lisboa, McGraw-Hill, 2001.

HILLIER, Frederick S.; LIEBERMAN, Gerald J. - Introduction to Operations Research, 6.ª ed., Nova Iorque, McGraw-Hill, 1995.

McCLAIN, John O. Queue.XLS: A Teaching Spreadsheet for Queuing Theory. Ithaca, NY, Cornell University, 2003.

SLATER, Tom. M/M/1 Queues. «The Queueing Thery Tutor», University of Edinburgh, 2000.

TAVARES, L. V., et al.,– Investigação Operacional. Lisboa, McGraw-Hill, 1996.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home